sexta-feira, 2 de maio de 2008

Agapornis

























Introdução
Agapornis é uma palavra grega que significa “ Pássaros do Amor “. Este pequeno papagaio independentemente da região onde habitava mantinha a mesma característica de viver aos pares, vindo dai a palavra Agapornis , os inseparáveis.
Existe no mercado mundial uma desinformação no que respeita ao aspecto histórico dos agapornis e suas subespécies. É uma sucessiva cópia de várias bibliografias, onde cada um coloca um pouco de “sal em seu manjar” . E como aqui tanto faz que determinada espécie tenha sido trazida para a Europa no sec. XVIII ou no sec. XIX, vamos focar a nossa atenção nos aspectos relevantes para o sucesso da criação destas belas Aves.
O seu colorido, a fácil adaptação e reprodução e a sua resistência a diversas temperaturas e infecções comuns estão na base da sua enorme popularidade em todo o Mundo.
Os agapornis dividem-se em 9 espécies: Roseicóllis, Fischer, Personata, Nigrigenis, Pullária, Lilianae Taranta, Cana e Swinderniana,todas elas do Continente Africano, excepção feita ao agapornis cana que tem o seu habitat natural na Ilha de Madagáscar.

Reprodução
A criação e reprodução de agapornis é muito mais do que juntar dois pássaros , colocar um ninho e esperar que eles criem. Antes de mais devemos perguntar a nós próprios se temos condições para criar estes pássaros por forma a que eles tenham as condições ideais para o fazer. A criação de qualquer tipo de Ave sem as mínimas condições é além de errado, uma demonstração de falta de ética e um desrespeito com a vida animal.
Quem se quer iniciar na criação de agapornis tem que em pensar em primeiro lugar que estas aves são bastante activas e os sons que emitem são considerados por muitos como excessivamente altos. Como tal criar estes pássaros em apartamentos ou em locais densamente povoados pode no futuro trazer problemas com os vizinhos. Se está nesta condição, o melhor é começar com um ou dois casais e verificar se o barulho por eles feito não o incomoda, nem á sua vizinhança.

Escolha dos pássaros
A escolha dos pássaros que vão formar os casais reprodutores é fundamental para o sucesso das suas criações. Não vou aconselhar a comprar em lojas da especialidade nem em Criadores pois tanto pode ter alegrias e dissabores num lado como no outro. Compre onde sentir confiança para o fazer. Se não tem nenhum conhecimento nesta área aconselho a que faça uma visita a alguns criadores e fale com alguém que já tenha alguma experiência na criação. A internet é um excelente meio para se informar de tudo sobre estas Aves e formar uma opinião própria, porque nenhum criador por muito bom que seja detém o dom da verdade no que respeita á criação destas aves.
Escolha pássaros que sejam activos, que apresentem uma boa plumagem e que não estejam sujos junto ao anus pois é sinal que estão com diarreia. Pássaros que estão encolhidos a um canto com as penas entufadas que tenham os olhos remelados ou inchados é sinal que estão doentes e que colocados junto de outros os podem contaminar.
Prefira pássaros anilhados, pois assim poderá saber a sua proveniência, bem como a sua idade. É preferível comprar pássaros novos com apenas alguns meses de idade do que comprar pássaros já adultos, principalmente se for com mais de dois anos de idade. Muitas vezes esses pássaros são colocados á venda porque têm algum problema para criar, sobretudo se for fêmeas. Também é verdade que por vezes certos pássaros não criam bem em nossa casa e passam a criar bem quando mudados de ambiente, e isto geralmente acontece quando os mesmos já estavam criando noutro local e não se ambientaram ao nosso. Quando assim é , o melhor é mudá-los novamente para afastá-los do local onde não sentem segurança para criar.
A questão mais controversa que existe na criação dos agapornis é distinguir os machos das fêmeas (espécies onde não há dimorfismo sexual). Este é o principal obstáculo a quem se está a iniciar. Mesmo criadores com largos anos de experiência sentem dificuldades em saber o sexo dos agapornis quando estes são novos. Muito se tem escrito sobre esta matéria e ninguém em consciência pode afirmar com 100% de segurança que existe um método infalível para a determinação do sexo dos agapornis, excepção feita á analise de DNA quer por amostra de sangue ou de penas. As excepções são alguns cruzamentos com mutações sex-linked , e mesmo ai temos que confiar na honestidade do criador. Este problema agrava-se com o facto de existir homosexualismo entre agapornis, mais comum entre as fêmeas do que com os machos. Isto só acontece se os pássaros não tiverem oportunidade de escolher um parceiro do sexo oposto. É frequente duas fêmeas comportarem-se como um verdadeiro casal, fazendo o ninho, dando comida na boca e em que uma delas assume o papel de macho galando a outra. Este facto confunde frequentemente os criadores que só se apercebem mais tarde devido ao número exagerado de ovos no ninho e pelo facto de eles não estarem galados. Quando se trata de dois machos é mais fácil o criador se aperceber dado que eles não fazem o ninho e devido á ausência de qualquer ovo, apesar de se comportarem como um casal.
Em adultos consegue-se diferenciar mais facilmente o sexo por apalpação dos ossos da bacia que são mais largos e arredondados nas fêmeas e mais apertados e pontiagudos nos machos. As fêmeas também são ligeiramente maiores e têm a cabeça e o abdómen mais arredondado que os machos. A maneira mais eficaz de formar casais sem recurso a análise de DNA é colocar vários pássaros numa voadeira e esperar que eles acasalem por si. Este processo não é demorado e tem a vantagem de os pássaros formarem casais por mútua afinidade, evitando a incompatibilidade que muitas vezes acontece com a formação de casais imposta pelo criador que atrasa o inicio da reprodução e que em casos extremos leva a que o casal não crie.

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